Piraju é uma cidade pitoresca na região cafeeira do Estado de São Paulo, distante 340 km a oeste da capital, próxima à fronteira com o Paraná.
Em 1915, sua população era somente de 4.000 habitantes. Hoje, totaliza quase 30 mil. Piraju foi a segunda menor cidade do Brasil – após Bom Sucesso-Minas Gerais – a ter um bonde elétrico. Também foi uma das poucas cidades do Brasil a ter linhas rurais de bonde elétrico.
Nas terras da atual Estância de Piraju viviam pequenas tribos indígenas Cayowá, em pontos próximos ao rio Paranapanema e outros riachos. Provavelmente, foi com estes nativos que originou a primeira designação conhecida do local, “Tijuco Preto”, que pela linguagem tupi-guarani significa “caminho de entrada”.
A partir de 1800, aos poucos, o local passou a se tornar ponto de ligação entre as províncias de São Paulo e Paraná e parada de viajantes. Em razão da fertilidade da terra e abundância de água, alguns colonos foram se estabelecendo, até que, em 1860, as famílias Arruda, Faustino e Graciano doaram parte de suas propriedades para a criação do Patrimônio de São Sebastião.
Em 1871, foi instituída a Freguesia "São Sebastião do Tijuco Preto", pertencendo ao município de São João Batista do Rio Verde, hoje Itaporanga.
Elevada à categoria de Vila, tornou-se município em 25 de abril de 1880, pela Lei Provincial 111, mas somente em 1891 recebeu sua denominação definitiva, "Piraju", derivada de "pira-yu" (peixe amarelo, em tupi-guarani), em razão da grande quantidade do peixe “dourado”, nas águas do rio Paranapanema.
Em razão da destacada produção de café, durante a primeira metade do século passado, Piraju experimentou significativo progresso e destaque na vida econômica do Estado e país, com melhoramentos urbanos raros para as cidades da Velha República, como a instalação de luz elétrica, água encanada, esgoto, telefone, bonde elétrico etc. Chegou a possuir 10% de toda energia elétrica gerada no País e, em 1906, foi inaugurado o ramal ferroviário, cuja construção foi custeada por cafeicultores de Piraju e Fartura, para permitir o escoamento de suas abundantes safras. O prédio principal da Estação Ferroviária foi projetado pelo famoso arquiteto Ramos de Azevedo, então contratado para a obra.
Mas o café foi também o responsável por duros golpes na economia da região que se baseava na monocultura. O último deles, a geada de 1975, arrasou todo o seu cafezal, deixando seus proprietários sem rendimento por longo período. Todavia, o tipo de solo apropriado, a topografia e o predomínio de pequenas e médias propriedades incentivaram maciços investimentos na agricultura local. Modernizando suas técnicas, restauraram-se essas culturas, aliando-as a outras, como o milho, e ainda à criação de pequenos animais - aves e suínos.
Em 2002, transformou-se em Estância Turística, título atualmente restrito a um grupo de municípios paulistas e que garante verbas estaduais adicionais para investimento turístico.
Além do potencial turístico, hoje, Piraju é município conhecido internacionalmente pela produção de café de qualidade, iniciado com produtores filiados à PROCED (Associação dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região). Destaque-se também a APPI (Associação de Plasticultores de Piraju e Região), integrando produtores de horti-fruti de alta qualidade.
Formados a partir da Escola Municipal de Canoagem e de projetos estaduais e federais, os atletas pirajuenses de canoagem slalom e velocidade são destaques mundiais, sendo cotados para integrar a equipe olímpica do Brasil nas próximas Olimpíadas, em Londres (2012) e no Rio de Janeiro (2016).
Além de um rico patrimônio paisagístico e histórico-arquitetônico, vale ressaltar a grande diversidade cultural pirajuense, identificada em vários grupos e manifestações artísticas locais, havendo grande circulação de grupos artísticos, por meio de projetos de fomento e difusão, perfazendo as seguintes linguagens: teatro, dança, música, circo e cinema.
Atualmente, vários investimentos públicos e privados são aplicados, com o objetivo de encontrar no turismo um modelo econômico gerador de renda e emprego.
Jornalista Gervásio Pozza